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Castração precoce em Cães e gatos: Podem ser castrados a partir de 2 meses e Devem ser castrados antes de 5 meses de vida, machos e fêmeas!!!!



TUDO SOBRE CASTRAÇÃO PRECOCE


Dra. Patrícia Arrais Rodrigues da Silva*

Pesquisas recentes nos EUA indicam a castração antes da puberdade, e apresentam suas vantagens. O objetivo do presente artigo é debater o assunto, questionando e discutindo se realmente existem efeitos negativos, geralmente atribuídos à carência hormonal.

A principal doença reprodutiva das cadelas e o tumor mais comum de cadelas sexualmente intactas são o tumor de mama. Ele é o segundo tumor mais freqüente em cadelas e o terceiro mais comum em gatas. É provado que a sua incidência cai para 0,5% quando a cadela é castrada antes do primeiro cio, mas o efeito da castração na diminuição da incidência deste tumor vai diminuindo com o tempo, sendo que não se altera se a cadela for castrada após o segundo cio. Já nas gatas, a ocorrência de tumor de mama é sete vezes maior em fêmeas não castradas do que naquelas castradas.

Além dos tumores de mama, a castração precoce previne virtualmente quase todos os outros tumores relacionados ao sistema reprodutor, tanto em machos quanto em fêmeas, assim como outras doenças do sistema reprodutor. Por exemplo, uma doença muito comum em cadelas e gatas, principalmente naquelas que receberam hormônios para evitar o cio, é o Complexo Hiperplasia Endometrial Cística (PIOMETRA), doença que se não for tratada a tempo, ou seja, se não for realizada a retirada do útero, pode levar à morte.

Custos

Economicamente, a cirurgia em filhotes é muito menos onerosa do que em adultos, pois consome menores quantidades de anestésicos e materiais em geral, sem ainda falar no tempo, pois a cirurgia é muito mais rápida do que no animal adulto.

Outra vantagem em se castrar filhotes é fazer com que, após a adoção, não exista o risco destes animais se reproduzirem e agravarem a questão da superpopulação, pois a maioria dos proprietários não está consciente do problema, e deixa seus animais se reproduzirem sem critérios. Quando se trata da fêmea, o quadro é ainda pior, pois muitas vezes o que vemos são os donos matarem os filhotes assim que nascem, ou jogá-los na rua para que morram ou sejam adotados, e quando eles sobrevivem, acabam tornando-se cães vadios, sem dono, passando fome nas ruas e transmitindo doenças para outros animais, e mesmo para as pessoas. O que fazer? Ser conivente com a carrocinha e o sacrifício em massa, ou adotar uma política consciente de castração?

MITOS E PRECONCEITOS

Embora com o conhecimento das vantagens que a castração precoce pode propiciar, ainda existe um receio por parte dos veterinários e da própria população em castrar animais jovens. Os principais problemas citados na literatura mais antiga, e que caíram na crença popular são citados e discutidos a seguir.

Retardo no Crescimento
A maturidade do esqueleto está muito relacionada à puberdade, e sofre ação direta dos hormônios sexuais, além de outros. Embora não essenciais, os hormônios sexuais influenciam em todo o metabolismo do esqueleto. Dessa forma, foi constatado que a castração precoce atrasa o fechamento das epífises ósseas, o que quer dizer que o animal permanece em fase de crescimento por mais tempo, e com isso tem estatura ligeiramente maior do que teria se não fosse castrado; além disso não ocorrer em todos os animais castrados antes da puberdade, este efeito não traz nenhum problema, uma vez que não estamos falando de padrões de raça em animais que participam de competições, pois os animais para exposição devem reproduzir.

Quanto ao maior risco de fraturas, nada foi comprovado a respeito e, na experiência dos autores onde mais de 13 filhotes castrados, entre cães e gatos, nenhum apresentou qualquer alteração significativa.

Obesidade 
Foi provado, cientificamente, que aproximadamente 30% das cadelas castradas engordam devido ao aumento do apetite, e parece que o mesmo ocorre em gatas. Porém, se a ingestão de alimentos for controlada após a cirurgia, esse problema tende a diminuir.

Estudos realizados em ratos e seres humanos mostram que, se a castração for feita antes da puberdade, não há aumento na tendência à obesidade, e o mesmo foi comprovado em nosso estudo com cães e gatos, onde nenhum dos filhotes castrados engordou em demasia após a cirurgia.

Problemas de pele

Vários problemas de pele tem sido atribuídos à castração, como dermatites e queda de pêlos, mas nenhum trabalho comprovou que tais problemas fossem inerentes à castração, uma vez que animais não castrados também apresentam estes problemas.

Mudanças de comportamento
É da crença popular que animais castrados ficam mais mansos e preguiçosos. Vários trabalhos têm sido feitos comparando em competições o comportamento e performance dos animais que foram castrados após a puberdade, mas quando receberam a mesma alimentação e cuidados que os animais inteiros, não mostraram nenhuma diferença.

Por outro lado, com relação à "vadiagem", ou seja, o fato dos animais (cães e gatos machos, principalmente) viverem fora de casa, procurando fêmeas no cio ou brigas com outros machos, estes hábitos diminuem em 90% dos casos após a castração, além de reduzir consideravelmente a agressão entre machos e a marcação de território com a urina. Vale ressaltar que outros tipos de agressividade, principalmente no caso de cães de guarda, não é afetada.

Concluindo, nenhuma diferença de comportamento nas brincadeiras, caça, monta, dominância e guarda, ocorre em animais castrados, seja precoce ou tardiamente.

Problemas urinários

Relativamente muito pouco se sabe com relação aos efeitos dos hormônios sexuais sobre o sistema urinário em cães e gatos.

Porém, sabe-se que os problemas antigamente atribuídos à castração, como aumento da predisposição à obstrução uretral em gatos, ou a incontinência urinária em cadelas, ainda merecem maiores esclarecimentos.

A incidência de obstrução uretral em gatos é a mesma em gatos castrados ou não, embora os mecanismos dessa patologia ainda não tenham sido esclarecidos.

Com relação à incontinência urinária em cadelas, ela pode ocorrer de semanas a anos após a cirurgia de castração, assim como em cadelas inteiras. Vários problemas anatômicos e fisiológicos estão associados ao problema, e não se tem ainda uma causa definida. Se há influência hormonal, não há evidências que sugiram que a castração precoce irá potencializar o problema.

Riscos anestésicos e cirúrgicos

Quando filhotes com menos de 12 semanas são anestesiados, atenção especial deve ser dada para o pequeno tamanho do paciente e as diferenças na distribuição, metabolismo e excreção dos anestésicos mas, de maneira geral, a cirurgia é feita em menos de 15 minutos nas fêmeas e 5 minutos nos machos, tornando-se bastante segura.

Predisposição a doenças infecto-contagiosas

Uma das maiores preocupações daqueles que adotam a castração precoce é saber como o estresse da anestesia e da cirurgia irá afetar a susceptibilidade a doenças infecto-contagiosas, como a Parvovirose ou a Cinomose.

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Quando a cirurgia é feita até os 30 dias de idade, os filhotes se recuperam imediatamente após o término da anestesia, e já começam a mamar e brincar uns com os outros, mostrando que o estresse é mínimo, o que não ocorre em adultos, os quais sentem muita dor e às vezes passam um ou dois dias, após a cirurgia, muito apáticos e sem se alimentar.

De maneira geral vemos que a castração precoce só traz vantagens, e que é necessária a ajuda de todos aqueles que gostam de animais, para que possamos acabar com esse quadro horrendo que povoa nossas ruas e canis municipais, sempre lotados de cães à espera da morte.

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*Dra. Patrícia Arrais Rodrigues da Silva é Médica Veterinária - CFMV-DF 0773, docente da UnB e participa de congressos internacionais.


 
CASTRAÇÃO EM ANIMAIS JOVENS
 
Dr. Dick Rosebrock
(Tradução de Cláudio de Godoy)

Estudo comprova que a esterilização precoce previne doenças e aumenta a vida do animal.

Castração precoce, castração pré-pubescente, castração pediátrica, todas estas expressões se referem à mesma coisa, ou seja, à castração de nossos cães e gatos antes do período normalmente recomendado e mais jovens do que se aceitaria. Há anos os veterinários decidiram que o melhor momento para se castrar uma fêmea era logo depois que ela tivesse cria, pois era evidente que a maternidade fazia com que as fêmeas amadurecessem. Como os machos não dão à luz, eles não se adequavam a este requisito e, conseqüentemente, eram ignorados neste aspecto. Muito provavelmente por não se tratar de uma “coisa de macho”. Mais tarde, descobrimos que, se as cadelas fossem castradas antes de terem cria, a incidência de tumores mamários cairia a zero e a recomendação passou a ser “castre-as um pouco antes do seu primeiro cio”. Ao que os seus donos perguntaram: “Mas quando ela fica no cio pela primeira vez?” E, a partir de então, a idade em que as cadelas deveriam ser castradas passou a ser, em média, de “aproximadamente seis meses de vida”.

Repetindo, como os machos não dão cria, os seus donos os antropoformizavam e relutavam em castrá-los. “Por Deus doutor, será que o senhor quer impedi-los de se divertir?” Este tipo de comentário ainda é comum. Geralmente eu pergunto a quem o faz se já presenciou uma cópula canina. É bastante desconfortável e não parece ser nem um pouco divertida para mim. A maioria dos cães era castrada para minimizar ou acabar de vez com a sua agressividade, pois o seu papel como reprodutores não era considerado como um problema. Afinal, se a cadela do vizinho estivesse no cio, bastaria mantê-la trancada.

Pois bem, hoje os tempos são outros e mudamos o nosso modo de proceder. Filhotes de cães e gatos abandonados estavam inundando o planeta e algo deveria ser feito. O clamor público passou a ser “castre os seus cães e gatos”. Mas, isoladamente, a castração não tem sido suficiente para acabar com a superpopulação de animais de estimação, pois os abrigos para animais continuam lotados. E apesar dos abrigos serem obrigados a deixar um depósito para cobrir os custos da castração, entre cinqüenta e sessenta por cento de seus animais adotados não eram castrados e passaram a contribuir com o problema da superpopulação.

Discretamente, nos últimos vinte e cinco a trinta anos, uns poucos abrigos mais avançados começaram a implantar programas de esterilização precoce e passaram a colher resultados positivos. Se os animais fossem castrados antes de deixarem o abrigo, eles deixavam de contribuir para o problema da superpopulação. Filhotes de cães e de gatos passaram a ser castrados com apenas seis a oito semanas de vida. O desenvolvimento de novos anestésicos e de novas técnicas cirúrgicas fez com que este procedimento passasse a ser tão ou até mais seguro do que qualquer outro que costuma ser recomendável até os seis meses de vida. Os pacientes mais jovens se recuperam mais rapidamente e têm uma incidência menor de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas do que os seus pares mais velhos, pois possuem nenhuma ou muito pouca gordura corporal para sustentá-los, a incisão é menor, a duração da cirurgia é reduzida e a sua recuperação é bastante breve.

As pesquisas disponíveis sobre os efeitos físicos e comportamentais de curto e de longo prazo da castração pré-pubescente em cães e gatos demonstram a ausência de qualquer resultado adverso. Com base nestas informações, a American Humane Association (Associação Humanitária Americana) apóia esta prática como uma solução viável para a diminuição da superpopulação de animais de estimação e da tragédia decorrente da morte de muitos deles. A prática da esterilização precoce também é endossada pela American Veterinary Medical Association (Associação Veterinária Americana), pela American Animal Hospital Association (Associação de Clínicas Veterinárias Americana) e pela California Veterinary Medical Association (Associação Veterinária da Califórnia).

Pessoalmente, eu endosso este programa entusiasticamente. Tenho participado ativamente do Programa de Castração Precoce desde 1984 e o realizei em aproximadamente mil animais. Não constatamos nenhum resultado negativo. Muito pelo contrário: os seus donos geralmente consideram estes animais como os melhores que já tiveram. E não perdemos um único animal em conseqüência deste procedimento! Sete dos dezesseis filhotes de cães-lobo irlandeses de nossa última ninhada e dois dos nove da ninhada anterior a essa foram castrados antes de serem encaminhados para as suas novas casas com dez meses de vida. A primeira ninhada já tem 28 meses e segunda, 18 meses, e nenhum resultado negativo foi observado até agora.

Existe a preocupação de que este procedimento precoce possa prejudicar o crescimento dos animais, mas, na verdade, as pesquisas demonstram que os cães se tornam um pouco maiores do que seriam caso não fossem castrados. Este fato se explica pela tendência dos ossos mais compridos de crescer por um período ligeiramente mais longo. Como este crescimento adicional não é causado por um crescimento mais acelerado, mas sim por um crescimento mais prolongado, isso significa que este fato é positivo para a nossa raça de gigantes. É sabido que, quando o processo de crescimento se desacelera em um período de tempo maior, a densidade e a força dos ossos aumentam.

Há anos, criadores conscienciosos têm vendido filhotes de cães de raça sem o registro oficial e/ou com um contrato impedindo a sua procriação ou exigindo a sua castração para evitar filhotes indesejados. Mas estes métodos nem sempre foram efetivos. Cães que jamais deveriam ter nascido acabaram nascendo. Já a castração pediátrica é 100% segura!

Oferecemos este procedimento sem nenhum custo adicional a todos os nossos compradores de filhotes que não estão interessados em exibi-los. Até o presente momento, em nossas duas últimas ninhadas, 100% dos compradores aos quais oferecemos este procedimento o aceitaram com entusiasmo. Fiz com que eles economizassem dinheiro e não tivessem que passar pelo trauma emocional de ter o seu animal de estimação ser submetido a um procedimento cirúrgico DEPOIS de terem se apegado a ele. Recomendamos fortemente que os criadores levem em conta esta opção e a discutam com o seu próprio veterinário.
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Dr. Dick Rosebrock - ESP- Early Sterilization Program

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